A corrente do amor | Histórias para reflexão

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Um homem ganhava a vida recolhendo papelão e vendendo para uma recicladora de materiais, mas o que ele recebia por semana mal dava para colocar comida na mesa.

Certo dia, ele seguia puxando sua carroça por uma rodovia do interior quando se deparou com uma senhora e seu carro parado no acostamento - ela parecia precisar de ajuda. Chovia muito e na mesma hora, o rapaz encostou seu instrumento de trabalho e se aproximou.

O carro daquela mulher, que cheirava tinta de tão novo que era, estava com um dos pneus furado. Mesmo com o sorriso estampado no rosto, Carlos acabou assustando a mulher. Por causa de suas roupas sujas e rasgadas, ela achou que ele fosse um andarilho que poderia assaltá-la e pensou:

Meu Deus, será que ele vai fazer alguma coisa comigo? Esse rapaz pobre deve ser perigoso.

Ao ver que a mulher sentia medo, Carlos tentou tranquilizá-la:

_ Parei aqui para ajudá-la, senhora. Faz muito frio aqui fora, porque não aguarda dentro do carro enquanto eu troco o pneu? A propósito, meu nome é Carlos.

Ele então se abaixou, colocou o macaco e levantou o carro. Em menos de cinco minutos ele já havia trocado o pneu, mas teve uma das mãos ferida pela ferramenta enquanto apertava as porcas da roda. Neste momento, a senhora, percebendo o ferimento abriu a janela do carro e começou com o rapaz prestativo:

_ Meu rapaz, estou vendo que você feriu sua mão, está sangrando.

_ Não é nada, não, senhora. Foi só um arranhão, nem está doendo.

A mulher, então tomada por um sentimento de confiança finalizou:

_ Sabe, sou da capital. Estou aqui só de passagem… por lá é difícil encontrar tamanha gentileza.

Por fim, a mulher disse que não sabia como agradecer pela grande ajuda - o sol estava se pondo e aquela rodovia não era muito segura à noite.

Enquanto se levantava e limpava suas mãos da graxa e do sangue, Carlos apenas sorriu.

A mulher, visivelmente constrangida, perguntou:

_ Quanto eu lhe devo, rapaz? Qualquer quantia será muito pouco pelo que você fez por mim. Muitas coisas ruins poderiam ter acontecido comigo se você não tivesse parado para me ajudar.

Carlos, porém, não falou em valores, pois aquilo não era um trabalho para ele. Ele era um cristão, de mais ou menos 25 anos, que gostava de ajudar as pessoas. Desde menino, sempre agiu deste modo.

_ Se a senhora realmente quiser me pagar, da próxima vez que encontrar alguém precisando de ajuda, ofereça a essa pessoa o que ela precisa... E pense em mim quando fizer isso.

A mulher sorriu, deu partida no carro e se despediu do rapaz.

Carlos, tomou sua carroça cheia de papelão e seguiu para casa.

Para a mulher, aquele tinha sido um dia difícil, pois passou horas e horas parada à beira da rodovia. Entretanto, ainda assim, se sentia feliz voltando para casa. Alguns quilômetros depois, a mulher encontrou um pequeno restaurante e decidiu parar para comer algo. Era um estabelecimento simples, mas muito bem limpo e organizado. A garçonete veio e, junto com o cardápio, lhe entregou uma toalha limpa para que ela pudesse secar o rosto e os cabelos molhados pela chuva. Não pode deixar de notar que a garçonete estava grávida:

_ Pra quando é o bebê?

_ Já tá pra nascer.

Respondeu a garçonete com um sorriso radiante no rosto mesmo depois de um dia inteiro de trabalho com a barriga pesada e os pés doendo.

Percebendo isso, a mulher pensou:

_ Como uma pessoa tão simples pode ser tão gentil assim com um estranho?

Mal concluíra seus pensamentos e Carlos, o catador de papelão que lhe ajudou com o pneu, lhe veio à memória.

Depois que terminou o seu jantar, ela pagou a conta com uma nota de cem reais e, enquanto a garçonete buscava o troco, foi embora de mansinho. Quando a funcionária da lanchonete voltou, o carro da cliente não estava mais no estacionamento. Ela já havia ido embora.

A garçonete limpava a mesa, quando encontrou, dobradas, debaixo de um guardanapo, mais sete notas de cem reais. Lágrimas corriam nos seus olhos quando leu um bilhete que dizia:

_ Alguém me ajudou hoje e, da mesma forma, estou te ajudando. Se você realmente quiser retribuir o que fiz, não deixe essa corrente do amor terminar.

Ainda havia pessoas para servir, mesas para limpar, açucareiros e saleiros para encher, mas a alegria tinha tomado conta daquela garçonete de tal forma que ela nem viu o tempo passar. Já em casa, ela deitou em sua cama e ficou pensando no dinheiro e no bilhete deixado por aquela mulher:

Como ela sabia que meu marido e eu precisávamos tanto desse dinheiro? Graças a Deus, vamos poder comprar todo o enxoval do nosso bebê.

Ela, então, se virou para o marido que dormia ao lado, lhe deu um beijo amoroso e sussurrou em seu ouvido:

_ O Senhor está no controle e vai ficar tudo bem, meu amor. Eu te amo, Carlos.

Jesus disse: "Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’" (Mateus 25:35-40).

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